domingo, 10 de fevereiro de 2013

O sentido e o caminho - Palavra cantada



Tive o entendimento
no momento em que o barulho de meus passos
interromperam o silêncio
que saia da boca da solidão.

Compreendi que não adianta brigar
contra o inevitável e nem contra o inexistente
que esperar nem sempre é uma escolha
mas uma condição,

que o sentido das coisas não esta no que sentimos
e sim no caminho que seguimos

...e quando nada mais fizer sentido
quando a vontade de lutar for embora,
e os momentos se perderem no agora
e os tormentos nos levarem o amor vivido.

Sentiremos que só ha luta perdida
quando o inevitável se evita
e que a maior vitória
é a do amor que se conquista.

Enfim! o afim de ter você
vai corroer a minha falta de viver
e até o fim dos meus dias
meu silêncio virá do que não posso crer.

Cristiano Lendarius e Vera Lúcia Lira

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Epílogo e final


É nesses dias estranhos
De sol que surge a noite
De trevas que afoga o meu dia
Que me proponho a mudar
Sonhos foram feitos pra voar
E asas pra fazer sonhar
Cada qual em seu lugar

Exorcizar os medos
De ter medo de pensar
Não faz meu estilo
Se a morte me encontrar
Que pelo menos traga um amigo

Não pretendo ir sozinha
E cada lágrima guardada em meu travesseiro
Levarei comigo

E tudo que vivo
Fica sustentado pela fé
Mas na verdade
Nem eu mesma sei o que é

 Só sei que não sinto
Não vejo
Só existo e resisto
Ao fim de tudo isso.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Blues da solidão



A véspera do escarro, o vinho entorna
Bate o copo na mesa com severidade
Um olhar triste e vago reflete no espelho
Há muito já perdera a vida,
Envelhecendo a própria liberdade.

O homem vazio olha a sua grande janela
Quanto céu! Quanta imensidade!
Pena não poder ter asas
Voar em direção a outra realidade

Escarra novamente, recolhe seu violão
Entoa o som da primavera
Vazio agora é seu coração
Deitado no chão espera a sua Quimera
Hei de devorar-te o que lhe resta
Morre acompanhado da solidão
O homem vazio agora aqui jaz
Sem escarro, sem vinho, sem canção.

Um cigarro, uma poesia




Procuro versos entre os cantos empoeirados do meu velho quarto
Cada livro uma promessa a ser mantida
Folhas em branco, mente riscada, desenhada, esculpida
Cada dia é dia de te querer, e todo dia eu não posso ter você

Então espero, canso, tomo um café e adormeço
Apago um cigarro, as cinzas decoram meu velho quarto empoeirado
E os meus livros? Ah! Estes estão bem guardados
Uma promessa que um dia os lerei,
Uma promessa não cumprida, porém mantida
Como as promessas que me fez.

Ainda vejo teus olhos nos meus,
Ainda ouço com atenção suas palavras
Como se cada detalhe me trouxesse as memórias que não foram salvas

Vou retirar a poeira, queimar meus livros e fumar outro cigarro
Antes que tudo vire de cabeça pra baixo
E eu fique presa ao passado do erro aqui deixado

                                                                                     

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Poesia maldita


Torço e me retorço
Baila lágrima, baila
Dança pelo meu rosto
Lamenta a minha mágoa

Rastejo, recorro
Sou verme sou nada
Quatro paredes
Nem porta nem janelas
Pontas de facas afiadas

Mas espere,
Eu sou essas quatro paredes
Sem porta sem janela
Apontando facas 
Para o peito da minha vida amada

Assim silencio esse silêncio
Que causa as batidas do meu coração
Grita, esbraveja
Quer a liberdade de sonhar
Sem se importar se vai acordar ou não.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O corvo diz "Nunca mais..."



À passos lentos me segue a solidão
Faz tremer meu corpo fraco, largado no chão.
Pra sempre presa a fantasmas do passado
E junto deles arrasto meus pecados.

Caminho na chuva com calma
Olhos virados na sua direção
Eu posso ver sua alma 
Não diga que não.

"Nunca mais" escuto o corvo a sussurrar
"Pra sempre te amarei mesmo sem te amar", grito ao me desesperar
Corro na chuva sem calma
As gotas me ferem a fio de navalha.

Não vá, ainda não
Temos um por-do-sol
Dançaremos embaixo do lençol
E abraçaremos nossa solidão.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ao corvo


Resguardava-me em minha tristeza paralela.
Quando um corvo veio aminha janela.
Pousou em minha mão.
Soprou-me um segredo que vinha do coração.

Falou-me da borboleta de varias facetas.
Às vezes bruxa, às vezes fada.
De adaga com lamina afiada.
Amante da lua prateada.

Conta-me estar fascinado pela beleza sedutora.
Mal sabe o pobre corvo.
Que também me contou um segredo à borboleta encantadora.
Que de tanto sonhar acordada.
Voando sem asas.
Pelo corvo profeta se sente apaixonada.

Seguidores